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Educação de Infância e PLANO ANUAL DE ATIVIDADES: que relação?

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    Inicia-se o ano letivo e as equipas educativas das creches e dos jardins-de-infância continuam a preparar a abertura do ano letivo e a ultimar os documentos orientadores que norteiam a prática educativa dos educadores de infância e dos estabelecimentos. De entre os vários documentos, há aqueles que são elaborados individualmente, como o Projeto Curricular de Grupo, e sobre o qual partilhei uma reflexão na semana anterior. Contudo, outros existem que são construídos colaborativamente entre os vários agentes educativos. O Plano Anual de Atividades é um documento que no início de ano letivo é discutido entre as equipas educativas em longas reuniões (que parecem intermináveis). Antes de refletirmos sobre este documento importa percebê-lo, ainda que sucintamente. O Plano Anual de Atividades, ao qual passarei a referir-me através da sigla PAA, é um documento que visa o planeamento de propostas de atividade e ação numa determinada instituição educativa. Este documento, que não pod

PARA LÁ DOS PROJETOS DE SALA, DOS NOMES E DA DECORAÇÃO DAS SALAS... O QUE IMPORTA EM EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA?

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Nos últimos dias são muitas as dúvidas nas redes sociais sobre projetos de sala, sugestões para nomes das salas e decorações das mesmas. Inicia-se o ano letivo e é fundamental que pensemos em algumas coisas importantes, para lá das decorações, naturalmente. Foquemo-nos hoje no primeiro ponto, no projeto curricular de grupo. A redação de um projeto curricular de grupo é uma (das muitas) funções do educador, que deve ser elaborado tendo por base um processo de observação atenta e escuta ativa, para que tenhamos um conhecimento das crianças o mais sustentado possível. A não ser que seja um grupo que acompanha o educador do ano anterior, sobre o qual já existe algum conhecimento prévio e, portanto, alguns pontos do projeto poderão ser mais fáceis de escrever, é essencial que se conheça o grupo antes de elaborar um projeto, porque os projetos não podem surgir no vazio nem partir de cenários hipotéticos. Um projeto é uma resposta e, por isso, não podemos elaborá-lo sem um conhecimento prévio

Um professor pode fazer a diferença na vida de uma criança!

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    Ali estava ela, sentada num humilde sofá, pronta para acompanhar mais uma aula à distância. Com o comp utador pousado sobre as pernas, que lhe havia sido entregue pela escola, acompanhava a aula online com grande atenção. Nunca tinha tocado num computador e naquele momento estava ali, a fazer e a ser parte desta era cada vez mais digital.      A contrastar com este desenvolvimento tecnológico, conseguia ver ao fundo alguns fios da eletricidade pendurados pelo teto, com instalações desenrascadas com o que havia por ali à mão.     Era uma família numerosa e, ao longo da aula, ia passando por ali um ou outro familiar. Como o computador tinha o som ligado, por vezes sentavam-se ao seu lado a ouvir, a tentar perceber o que acontecia e o que se aprendia numa aula.   Quando o professor a questionava sobre algo, a família ficava atenta para perceber se ela sabia e respondia corretamente. A cada resposta correta, acompanhada por um reforço positivo do professor, percebia-se o orgu

Carta aberta de uma criança a um Educador que faz a diferença

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  Há dias em que chego a sorrir. Noutros venho com tanta energia que dificilmente alguém me conseguirá parar. Mas por vezes também chego triste, com algumas lágrimas a cair pelo rosto… aí o teu abraço faz toda a diferença no meu dia. É por isto que preciso de ti, para que faças a diferença na minha vida, não só quando chego pela manhã, mas em todas as horas e todos os dias em que estou e sou contigo. Sim, mais do que estar, preciso que me permitas ser. Aquilo que um dia serei começou a ser construído durante o tempo em que estive contigo. Por isso não olhes para mim apenas como “mais uma criança”. Quando crescer não quer ser apenas “mais um adulto”.   Sei que não tens tempo para me dar toda a atenção que, na verdade, gostava de ter, porque somos muitos e tu és apenas uma pessoa. Eu compreendo, não julgo e não cobro. Mas tenho de confessar que gosto quando em algum momento do dia me dás uns segundos da tua atenção sincera. Às vezes basta que repares na camisola nova que trouxe par

EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA, CURRÍCULO E FESTIVIDADES!

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  A especificidade da Educação de Infância em relação aos outros níveis educativos diferencia-se, sobretudo, pela existência de um currículo aberto e flexível. Por este motivo, a construção e desenvolvimento curricular está dependente de algumas variáveis: as crianças; o educador de infância e o seu modo de fazer pedagógico; o contexto sociocultural; os normativos legais; entre outras. Partindo da premissa anterior, percebemos que cada contexto e cada grupo de crianças é único, e o currículo que se desenvolve em cada sala é singular e ajustado a uma realidade em particular, pelo que nem sempre é possível ser reproduzido.  Em Educação de Infância não existe um currículo pronto-a-vestir. Por não haver programas, conteúdos ou temas obrigatórios e transversais ao trabalho de todos os educadores de infância, importa que estes, enquanto gestores desse currículo, pensem nas propostas didáticas com uma intencionalidade educativa. Enquanto educadores, devemos aproveitar algumas datas ou

PORQUÊ QUE AINDA HÁ CRIANÇAS DE 1, 2 ou 3 ANOS A PINTAR DESENHOS?

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  Já nem me refiro aquelas que têm mais de 3 anos!  O que é que aprende uma criança de um ano ao pintar o desenho, por exemplo, de uma folha de outono? Uma criança que esteja no intervalo etário mencionado, tem consciência sobre aquilo que é o “pintar por dentro”? E mesmo que não tenham de “pintar por dentro”, porquê que usamos o desenho como forma de expressão da criança? A expressão não deveria ser livre? Ainda mais em crianças destas idades? Caberá numa folha A4 a expressão de uma criança pequena? Porquê (e para quê) que afixamos 15 folhas exatamente iguais na sala? Se são todas iguais, não bastaria apenas uma? Será que o facto de cada criança pintar o seu desenho, demonstra que tiveram uma participação ativa? Quando propomos um desenho a uma criança pequena, pretendemos que a criança seja criativa ou que se limite a fazer algo instruído? Como é que através da pintura de um desenho as crianças desenvolvem o traço e percebem o seu desenvolvimento? A terem de pintar o de

E SE UMA CRIANÇA BRINCAR SEMPRE NA MESMA ÁREA?

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Uma das competências que deve ser inata ao exercício da profissão do Educador de Infância é a observação. Observamos para planear, para agir e avaliar, em ciclos que se sustentam e sucedem. A observação que fazemos das crianças, no geral, e de cada criança, em particular, é a base que suporta e fundamenta a nossa intencionalidade educativa. A observação vai além daquilo que é o ato de olhar e ver. Apesar de ser um conceito aparentemente simples, a verdade é que em Educação de Infância, pela sua importância e transversalidade, a observação representa um tema vasto, que se torna difícil abordar em meia dúzia de parágrafos. Ainda assim, atrevo-me a fazê-lo, já que me parece pertinente refletir sobre a sua importância no nosso dia-a-dia, em particular sobre a nossa implicação nas escolhas das crianças. Diariamente somos confrontados com uma criança que gosta de brincar mais na área dos jogos; outra que prefere fazer construções tridimensionais; umas que se sentem mais predispostas pa